19 de nov. de 2011

Tecnologia e felicidade


Por Bianca Padovani   e  Felipe Baeta           
 
As tecnologias são, atualmente, ferramentas que possibilitam a sociedade a ter acesso a diversas informações que facilitam suas vidas e, ao mesmo tempo, entretêm e divertem aqueles que usufruem dela. No entanto, essa ferramenta tem um preço, assim como tudo hoje em dia, e por isso a maior parte da população não tem acesso a elas, gerando uma desigualdade.
            A desigualdade é encarada sempre como um aspecto negativo, mas para que o mundo suporte a nova era de consumismo é absolutamente impossível que todos tenham acesso as mesmas tecnologias. Não existem recursos suficientes para a produção de equipamentos, além de que, o aumento do consumo afetaria diretamente o meio ambiente, ou seja, aumentaria também a exploração de matéria prima e o lixo, fatores preocupantes na nova sociedade globalizada.
            Uma classe dominante, assim, sempre depende de uma classe inferior para atender seus desejos materiais. Por não terem uma base intelectual que possibilite a busca por uma condição de vida melhor, as pessoas de classe mais baixa se vêem obrigadas a tal desigualdade, tendo em vista a sua sobrevivência.
            A criação de dois “mundos opostos”, baseados no capital das duas classes sociais, faz surgir duas ideologias de vida diferentes, que consequentemente são baseadas em fatores distintos que se relacionam com a realidade em que vivem as pessoas. Cada ideologia concebe um conceito de felicidade diferente e assim não podemos afirmar que a classe mais alta é mais feliz do que a classe mais baixa, elas tem idéias de felicidade diferentes. Enquanto, normalmente, a felicidade para a classe mais alta se baseia no consumismo de novas tecnologias; para a classe mais baixa a felicidade se baseia na simplicidade que está ao seu alcance. Dessa maneira todos estão felizes de alguma forma.
            Eduardo Gianneti tentou organizar esse pensamento em um livro, segundo suas idéias a riqueza não é uma salvação. Mesmo proporcionando ao homem alguma alegria momentânea, ela ao mesmo tempo gera mais incertezas, tirando do homem o prazer e atribuindo mais preocupação a sua vida. A partir desse ponto de vista a tecnologia não está trazendo a felicidade para o seu usuário, e aquele que menos a possui é mais feliz.
            Independente da classe que ocupa ou da condição financeira que possui, para que se tenha felicidade é importante antes de tudo saber responder a si mesmo o que te traz felicidade. Aqueles que estão “mergulhados” em tecnologia podem se sentir felizes quanto comprar um produto novo, mas nunca estarão completamente contentes por que o mundo do consumo muda e a parte fútil da tecnologia deixará o usuário sempre com vontade de ter algo novo. Por outro lado, aqueles que se sentem alegres com uma simples conversa entre amigos ou uma partida de futebol não estão conectados com a falsa felicidade que o consumo transmite e, assim, serão realmente mais felizes.
            Para que a tecnologia possa ser responsável pela felicidade, a desigualdade financeira não deve ser considerada o primeiro obstáculo, mas sim, as pessoas devem se preocupar em se distanciar do consumo e da alienação que este traz e se concentrar no que realmente as deixa feliz. E para isso todos têm as mesmas condições.

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