18 de nov. de 2011

Mídia e movimentos sociais

Grande mídia ou mídia de massa (jornais, TV, revistas, rádio, cinema etc.) desempenha um papel fundamental na sociedade contemporânea, proporciona não apenas entretenimento, mas fornecendo e moldando muitas das informações que utilizamos em nosso cotidiano. Para Thompson, a mídia de massa é responsável pela criação de uma forma de interação social- a “quase interação mediada” – que é mais limitada, restrita e unilateal do que a interação social cotidiana. 

Nas três últimas décadas, a indústria da mídia passou por um processo de globalização. Diversas tendências podem ser observadas: o domínio da mídia esta cada vez mais concentrado as mãos dos conglomerados de mídia; o domínio privado da mídia vem superando o domínio público; as empresas de mídia ultrapassam as fronteiras nacionais; as empresas de mídia diversificam suas atividades e as fusos tornam-se mais freqüentes. A indústria global da mídia é dominada por um pequeno número de corporações multinacionais. 

Agência de notícias é uma empresa jornalística especializada em difundir informações e notícias diretamente das fontes para os veículos de comunicação. As agências não fornecem diretamente ao público, mas sim para jornais, revistas, rádios, TVs, websites, a chamada mídia, que por isso mesmo media a comunicação entre a fonte e os leitores/espectadores. As principais agências noticiosas reduzem-se a meia dúzia de oligopólios: Reuters (alemã), BBC (Inglaterra), France Presse (França), Associated Press (EUA). Essas agências vendem seus produtos (notícias, informação) aos veículos de comunicação do mundo todo, inclusive do Brasil. 

Elas funcionam como um primeiro filtro para o que vai ser ou não conhecido por nós através da mídia, seguido disso, há ainda a decisão do editor do veículo de comunicação, que contrata os serviços da agência noticiosa, os interesses comerciais e políticos que por trás disso figuram, como por exemplo, a possibilidade de ferir os interesses dos anunciantes que financiam os lucros dos veículos pelos quais as informações chegam até os consumidores.

Não se pode confundir informação veiculada pela grande mídia com o conhecimento científico ou pesquisas acadêmicas. Não dá para confundir informação com formação crítica, assim como não compete à mídia ter uma preocupação científica.

 Em um boletim radiofônico de um minuto, em uma reportagem de dois minutos ou em uma matéria impressa de sessenta linhas, o tema não se esgotará e o repórter poderá dar pistas sobre as questões sociais e jamais analisar o fato com a profundidade de um cientista. Há limitações espaciais, estruturais e conjunturais. De modo algum, estamos referendando práticas jornalísticas superficiais ou falhas, mas reconhecendo as limitações da mídia.  A sociedade é mais forte que a “grande mídia” e não o contrário. 

Segundo Maria da Glória Cohn, os movimentos sociais,“ quando são noticiados é sempre em função de algum desastre e não de suas conquistas” (2003, p.188). O  segmento dos movimentos sociais que vêem o cidadão como consumidor ou usuários dos serviços teria maior espaço na cobertura jornalística, assim como o Terceiro Setor, que possui assessorias de comunicação e planeja ações para serem reportadas pelos veículos de comunicação. “A questão chave esta na forma como este setor opera: por projetos, com tempo e prazos determinados. A obtenção de verbas é um problema constante e a uma reportagem sobre o projeto, com tempo um atestado de resultados obtidos. A mídia referenda, portanto, o trabalho de entidades. Confere-lhes uma certa ‘certificação’, termo muito em moda atualmente” (2003, p.188).

  Movimentos sociais e seus elementos constitutivos:

*Conflito e ação coletiva
* Mudança e conservação
* Projeto - ideologia - organização

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