15 de out. de 2011

A Questão Racial

Discentes: Bruna A. nº04 , Jéssica n°14, Jonanthan nº16, Luíza nº17, Mariana Melo nº20  3 B           

 TEXTO: GUIMARÃES, Antônio Sérgio.  

- Louis Domont e Collete Guillaumin entre outros, dizem que o racismo moderno funda-se numa diferença hereditária de natureza biológica, psíquica, intelectual e moral são resultados das doutrinas individualistas e igualitária.
- O racismo moderno parte da idéia de que as desigualdades entre os seres humanos estão fundadas na diferença biológica, isto é, na natureza e na constituição mesmas do ser humano (de sua aparência)
- O racismo, em geral, surge quando europeus e americanos passaram a enxergar o negro como uma pessoa (biologicamente) inferior devido a sua “raça”, diziam que deveriam ir até a África e cristianizar ou civilizar os negros, o que na verdade era um erro, pois pegavam os negros para escravizá-los.

RACISMO NO BRASIL:
- O racismo surge na cena política brasileira quando ocorre a Abolição da escravatura onde os negros ainda não eram integrados a sociedade, ou seja , ainda eram vistos como seres inferiores por isso foram “deixados de canto”.
- O racismo aqui também surgiu como o modo que as elites intelectuais, principalmente aquelas localizadas em Salvador e Recife, reagiram as desigualdades regionais crescentes que se cresceram entre o Norte e o Sul do país, em decorrência da decadência do açúcar e da prosperidade trazida pelo café.
- Diferentes versões do “embraquecimento” surgiram com a chegada do imigrantes, pois eles substituíram a mão de obra escrava negra pois diziam por eles serem brancos tinham mais capacidade.
 - Mas primeiramente o racismo veio do Norte como já dizia o sociólogo Gilberto Freyre nos anos de 1920, quando vigiam as teorias racistas.
- Freyre buscou na literatura (José de Alencar) o real significado da “alma brasileira”, quem realmente fazia parte do Brasil. E ele ao descobriu que a alma nacional promove uma verdadeira revolução pois  a encontra na velha colônia e mestiça cultura nordestina.
-Franz Boas substituiu a noção biológica de raça pela noção de cultura, enquanto expressão material e simbólica de um povo.
- O pensamento político da elite, o seu declarado culto pelo imigrante, pela industrialização, era de todo antagônico a lembrança do passado colonial escravista luso-brasileiro do decante Nordeste.
- Donald Pierson implanta em 1939 a sociologia das relações raciais no Brasil. Em 1942 ele publica em Nova York “negroes in Brazil”.
- Boaz se desfizera da armadilha da definição biológica de “raça”, que explicava a condição social dos negros a partir da hipótese de sua inferioridade.
- Nesse mesmo contexto, mas ao contrario, realçavam a heterogeneidade social, política e cultural do meio negro, concentrando-se na hipótese de que a discriminação racial era o principal obstáculo para o progresso social, político e cultural dos negros no Estados Unidos (1996).
- Outros negros intelectuais diziam que as oportunidades das condições de vida era o que determinava a situação social e as atitudes pessoais e coletivas.Também esses negros diziam que o paradigma de raça em Boas significa afirmar que as diferenças raciais, ainda que existentes, não poderiam ser responsabilizadas seja pela falta de integração do negro nas sociedades americanas, seja pelo seu desempenho inferior em relação ao branco. Os fatores explicativos mais importante para ambos os fatos seriam, ao contrario, o preconceito, a discriminação e a segregação racial.
-Em 1960 a política de identidade passou a ser o principal foco dos negros.
- Em 1935 Pierson já se preocupava com a questão de integração negra. Para ele o preconceito e a aculturação (bancos colocaram sua cultura nos negros) seria o principal problema para essa integração
- O Brasil era visto como laboratório de relações sociais e pensavam, equivocadamente, que aqui não havia problemas raciais por existir uma população de negros maior que a dos Estados Unidos. Pensavam que aqui na verdade existia um preconceito de cor e não de raça.
- Em 1935 intelectuais modernistas e regionalistas baseados no pensamento errado de que o Brasil não tinha preconceito racial, disseram: o Brasil nunca conhecerá o ódio entre raças, as classes sociais não eram definidas a partir da cor, os mestiços se incorporavam lentamente na sociedade. 
- Pierson então desenvolveu uma nova teoria: o preconceito de classe, dizendo que nem mesmo a desigualdade na distribuição de riquezas entre brancos e negros pode contrariar a história, que vê as diferenças como resultado de pensamentos diferentes.
- Houve idéias de conflito onde não se sabia se no Brasil havia preconceito de cor, de raça ou de classe. A partir do paradigma de Herbert Blumer disse que uma pessoa de uma raça caracteriza todos da mesma raça. Por exemplo, nos dias de hoje se um cara faz tatuagem e mata uma pessoa, todo mundo acha que todos tatuados são violentos.
- Em vários locais no Brasil já existe a Sociologia das relações raciais:  no qual historiadores, sociólogos e antropólogos trabalham em diversas regiões brasileiras, vindos de diferentes tradições disciplinares e de países distantes, onde discutiram suas pesquisas raciais feitas nos seu países.
- A interiorização e a regionalização do campo são bastante importantes para se entender como a questão racial foi construída e interpretada a partir de valores, interesses e pontos de vistas bastantes diferentes (o campo tem visões diferente de quem mora na cidade)
- No Brasil do mesmo modo, as queixas de preconceito e o seu registro mais abundante no Sul do que no Norte, conseqüências das mudanças raciais.
- Estudiosos brasileiros (Florestan Fernandes) disseram que o preconceito de cor, entre nós, seria um sintoma de incompletude da revolução burguesa e da sociedade de classes. Seria uma persistência do passado, enquanto negros e mulatos seriam apenas metamorfoses de escravo.
- Fernandes ainda disse que a desigualdade econômica social e política, existente entre o negro e o branco, fosse fruto de preconceito de cor e da discriminação racial. Esta foi herdada, como parte de nossas dificuldades em superar os padrões de relações raciais inerentes a ordem social escravocrata e senhorial.
- A sociedade industrial agravou o preconceito.
- O negro intelectual se deu conta muito cedo da artificialidade desse emparedamento e a ele reagiu, denunciando o caráter postiço dos brancos. Três exemplos:
1)                 Luís Gama ( 1989 ) que diz do seu pai que não ousa afirma a cor dele, porque a afirmação é perigosa perante o país, por conta das melindrosas presunção das cores humanas; pertencia a uma das principais famílias da Bahia, de origem portuguesa.
2)                 Mário de Andrade que diz em um artigo citado que o que consola o negro é ver o branco despreza ou insulta exclusivamente por superstição.
3)                 Guerreiro Ramos (1995) que diz sobre a patologia social do ‘branco’ brasileiro, afirma que nas regiões [Norte e Nordeste] as pessoas mais claras tende a se manifestar contra a sua condição étnica objetiva e é deste desequilíbrio na autoestima, verdadeiramente coletiva no Brasil, que considero PATALÓGICO.
- Outro modo de representar o negro na nação é que as pessoas são como produto do trabalho do negro.

-A uma crítica severa aos colonizadores portugueses e um elogio aos africanos; a ideia do negro como parte integrante do povo brasileiro e do Brasil como uma pátria que ela  é (raça negra).
- Os negros forjaram a ideia de abolição para tentar mostra  uma visão positiva da contribuição dos africanos para a construção nacional e para a moral do nosso povo. Mulatos e negros procuravam demonstrar que a cor era a única diferença.
- A partir da década do século XX se inicia um movimento social que mais tarde se transforma em um partido político. Esse movimento foi a tentativa de integração de negros e brancos com a intenção de cultivar a identidade racial. Esse movimento também integrou o Brasil em outros lugares, em outros países.
- A verdade é que esse novo modo racial de se identificar como brasileiro sobreviveu à derrota do fascismo europeu e se firmou como importante forma de integração do negro com a sociedade.

MODO DE INTEGRAÇÃO: busca de diálogo e solidariedade coletiva.

- Alguns autores tenderam a considerar a integração dos negros por conflito uma variante regional, presente apenas no Sul do país, onde uma combinação de fatores demográficos e econômicos(chegada dos imigrantes) inibira a operação do modo tradicional (sem conflitos)
- O modelo competitivo de integração social dos negros se desenvolve, no Brasil, de modo mais lento e relativamente atrasado (a partir de 1930), isso se tomamos como referência o que se passou nos EUA, na França onde desde a abolição já houve uma integração de negros.
- Além dessa participação do negro na sociedade não ter começado depois da abolição, a integração social, disputa política e heterogeneidade cultural e racial, começou a ser mais visível em 1970.
- Ainda esse processo sofreu uma grande influencia dos brancos, por isso dizemos que os negros passaram por um processo de “embraquecimento”.

NEGRITUDE E NAÇÃO BRASILEIRA

- A integração dos negros à nação brasileira não foi um processo simples, pois a nação ainda não tinha a sua identidade definida. Por isso a maioria dos brasileiros não sabia dizer se o Brasil era um país branco ou queria que ele só fosse um país branco.
-Há duas maneiras, para os países brancos receberem uma quantidade grande de negros sem conservarem os brancos: segregação completa dos negros ou eliminação do negro pela miscigenação.
-O Brasil “branco” que conhecemos se deu pela vinda dos imigrantes do pós-abolição que se deu principalmente em São Paulo com o café
- Para os militantes do Movimento Negro Unificado o Brasil foi um país multirracial dominado por uma maioria branca que explorava a maioria negra. E para que houvesse esta exploração os índios do Brasil foram executados e o escravo trazido da África era usado como a primeira mão-de-obra  que sustentou o Brasil durante 3 séculos. E assim os africanos e seus descendente nunca foram tratados como iguais aos brancos.
-Muitas vezes existe uma relação entre a cor da pele e a sua classe social.
- O negro é bem importante, pois ele mostra a realidade social.
-E após muita luta e muitas tentativas os negros conseguem superar o preconceito e se integrar a sociedade em 1980.
- Mas antes a partir de 1940 começa a ganhar força a democracia racial, ainda que essa ideologia tenha sido desenvolvida por intelectuais Brancos (Gilberto Freyre) ela ganhou rapidamente apoio dos principais intelectuais negros para a luta anti-racista transformando este ideal e, uma luta pela igualdade política e cultural entre as pessoas de cores diversas, em uma sociedade ainda dominada por valores estéticos baseados no colonialismos português ( os brancos são melhores que os negros).
- Em 1950, Guerreiro Ramos funda uma nova ideologia ao dizer que o Brasil não é apenas mestiço e sim negro. Para ele os negros constituíam a sociedade brasileira. Esse pensamento denuncia o isolamento do negro na sociedade (idéia desde a época dos europeus), o entendimento do país sendo fruto do trabalho negro.
- O preconceito só terminará quando a sociedade enxergar o negro como parte da nação.
- A idéia de incorporar o negro na nação deve ir contra o capitalismo. Por isso existem diferentes pensamentos em relação ao negro, esses pensamentos vêm de quem vê o Brasil como branco e aqueles que vêem o Brasil como negro ou mestiço.



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